
Com a popularização da internet, o acesso à informação nunca foi tão facilitado. E a rede social preferida dos brasileiros é o WhatsApp: 9 em cada 10 brasileiros conectados utilizam o aplicativo. E, naturalmente, circulam notícias e informações de todo tipo, incluindo notícias falsas, as temidas “Fake News”.
E elas são bastante comuns no Brasil. Segundo o especialista em Big Data, Renato Dolci, o Brasil é líder mundial, tanto na produção quanto no consumo, de conteúdo de fake news. Em 2017 foram cerca de 10 bilhões de clicks – mais do que em qualquer portal de notícias brasileiro.
Outro ponto a se preocupar é que, segundo levantamento do Ipsos, que analisou 27 países, os brasileiros são os que mais caem em Fake News, com 62% dos entrevistados acreditando em notícias falsas.
Diante disso, o Tribunal Superior Eleitoral manifestou preocupação de que elas poderiam influenciar no resultado das eleições de 2018, podendo, inclusive, ter o pleito eleitoral anulado.
Certamente, o ideal é que o debate de ideias fosse limpo, sem a propagação de notícias falsas. A realidade, no entanto, é muito mais complexa: há fatos que são evidentemente e objetivamente fake news; já outros são mais subjetivos. Uma análise de dados equivocada, por exemplo, pode ser considerada uma notícia falsa?
Diante do acirramento eleitoral, sob o pretexto da propagação de muitas notícias falsas, o PSOL pediu ao TSE maior controle em relação ao aplicativo. Uma atitude autoritária e que, na prática, é terceirização de censura. O próprio TSE, ao questionar como o FBI tratou a problemática nos Estados Unidos, recebeu de resposta que não é papel do governo combater Fake News.
O mercado já tem oferecido alternativas para que o público, gradativamente, aprenda a lidar com a indústria das notícias falsas oferecendo mecanismos que possibilitem distinguir de forma mais facilitada o que é verdadeiro do que é falso.
São sites, agências de checagens de fatos, seções específicas de jornais para controlar e fiscalizar notícias falsas. Além disso, vale ressaltar que as pessoas que são convencidas pelas fake news tendem a ser indivíduos que já pensam daquela forma e que apenas reforçam sua própria visão política e ideológica. Dessa forma, o impacto eleitoral delas é menor.
Há, basicamente, dois modelos para lidar com fake news, ambas imperfeitas. Em uma delas, há apenas uma agência, controlada pelo governo, e que toma decisões sem muita transparência e de forma coercitiva. Na outra, há diversas agências, inclusive que se checam reciprocamente, construindo ao longo do tempo uma espécie de selo de qualidade – esta me parece mais adequada, pois além de ser mais eficaz preserva a liberdade de expressão e os direitos individuais.
A que o PSOL defende é a primeira, adotada com maior efetividade na China, o país com o maior aparato de restrição à conteúdos online do mundo. Por lá, a ditadura chinesa controla a ferro e fogo a propagação de qualquer informação, e espiona conversas privadas sem autorização judicial. São Vítimas do Comunismo em pleno século XXI.
A propósito, estamos promovendo a II Semana Vítimas do Comunismo, e a temática é a China e os 60 Anos da Grande Fome de Mao. Convido a todos para comparecerem na UFSC entre os dias 5 e 9 de novembro.